alegria na escuridão
(Música do dia: Things We Lost In The Fire - Bastille)
Eu estava na cozinha.
Era uma noite de domingo, e toda a minha família estava na sala, exceto eu, que estava na cozinha, com um livro me fazendo companhia.
Seria uma noite perfeita, se ao menos houvesse energia, mas a única fonte de luz estava vindo de uma vela solitária grudada em uma xícara sobre a pequena mesa de madeira.
Como havia faltado energia, ouvia-se somente carros e motos passando de minutos em minutos, sem o antigo som das festas que estavam acontecendo antes da falta de energia.
Mas de alguma forma, o escuro estimulava a minha criatividade e dava-me mais e mais ideias, o que me fez subitamente interromper a minha leitura e escrevê-las antes que se esvaissem da minha mente como fumaça no ar.
Ainda havia uma pilha de pratos para eu secar, e a minha mãe já estava ficando impaciente comigo.
Mas eu não podia fazer nada. As palavras simplesmente vinham até minha cabeça, e mesmo que a minha mão doesse, sentia o impulso de continuar escrevendo.
E continuei. Até as palavras pararem de vir, e quando elas o fizeram, fiquei de pé, e comecei a secar os pratos.
Quando terminei de secá-los, lavei a pequena pilha na pia, e resolvi olhar para o céu da janela da minha casa. E eu juro que se não fosse por eu não ter uma câmera boa, ou pelos fios que atrapalhavam a visão um pouco, eu teria feito umas fotos incríveis.
O céu parecia uma galáxia aos meus olhos.
Sei que não deve ser algo que as pessoas olhem frequentemente, mas para mim, aquela paisagem era mais bonita do que um garoto com barriga de tanquinho, como dizem.
E então, depois de um tempo, a energia voltou.
Mas quando ainda havia escuridão, ela foi preenchida por risadas e alegria pura.
Ah, se fosse sempre assim.
Mas nem sempre temos o que queremos não é mesmo?
XOXO,
XOXO,
-S.C
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