um dia muito longo


(Música do dia: Bite Down - Bastille ft. Haim)



Então, ontem foi um dos dias mais longos da minha vida.
Acordei ás dez horas, comi um pão com queijo, bebi o meu usual café com leite, e me sentei em frente ao computador. Como sempre.
Li. Li. Li. Olhei o facebook. Li. Assisti uns vídeos no YouTube.
Quando eram doze e dez da tarde, tomei um banho bem rápido (economizando a água), coloquei meu jeans desbotado, minha camisa de farda, e os meus tênis esportistas pretos.
Prendi o meu cabelo - que está cada vez maior - em um coque, e almocei, ou pelo menos considero que almocei, sendo que no meu prato só havia três colheres de arroz, uma colher de feijão, dois tomates, uma folha de alface e um pedaço de frango.
Ás uma hora e quatro - eu acho -, sai de casa e fui caminhando para o colégio, e em uns seis minutos, lá estava eu, entrando na minha sala. A sala em que me forcei a me encaixar, e que só no final do ano, percebi quem realmente era 'my gang' como dizem lá no USA, ou é no UK?
Não lembro.
A razão para eu ir no colégio, era simplesmente para ir ao encontro da professora de Sociologia, porque ela me colocou na lista das pessoas de recuperação, sendo que eu já havia passado nessa matéria. Mas ainda assim fiquei lá, conversando com as garotas que supostamente deveriam estar estudando para a recuperação de Biologia.
Depois de um tempo, V- o garoto do post será? - chegou, e falou que a professora de Sociologia já estava no colégio. Logo, eu e a minha nova amiga R, nos dirigimos para a sala dos professores, mas antes eu vi a minha melhor amiga em sua sala, com uma cara triste, então entrei na sala dela, e descobri que ela tinha ficado de recuperação, ela estava estudando e eu tinha que falar com a professora, por isso não conversamos por muito tempo.
Chegando onde a professora se encontrava, a sala estava cheia de gente, provavelmente todos esperando que de alguma forma ela os passasse de ano, com isso, acabamos ficando pra trás.
Lembrei que havia deixado minha mochila na sala, mas antes que pudesse chegar até ela, lá estava V, sentado em um dos bancos no pátio, e com o quê? A minha mochila no colo.
Fiquei confusa na hora, e quando ele me viu, me deu um sorriso e eu peguei a mochila dele, e como V estava falando no telefone, R e eu fomos nos sentar em outro banco, e fiquei ouvindo ela reclamar sobre a professora de Sociologia.
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15:06 da tarde

Não havíamos falado com a professora ainda, isso porque ela disse que estava atendendo algumas pessoas do terceiro ano primeiro. Minhas costas começaram a reclamar, assim como o meu pescoço e os lados do meu rosto.
E V continuava lá. Não sei porquê, mas lá estava ele ainda sentado em um dos bancos do pátio, conversando com não sei quem no celular, o que me deixava cada vez mais curiosa.
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16:10 da tarde

Depois de passarmos quatro horas esperando para falarmos com a professora, ficamos sentadas em frente a sala em que ela estava, a sala do terceiro ano C, onde eles estavam apresentando um trabalho. Depois de um tempo, V pegou uma cadeira e sentou ao meu lado, pedindo o meu número, me chamando para ir ao shopping, pedindo o meu número também, me irritando.
A dor de cabeça ficava ainda pior.
E então, um diálogo aconteceu de repente. R perguntou a V se ele gostava de alguém, e quando ele respondeu que sim, eu perguntei:
- Quem é?
E ele respondeu:
- Você.
Assim, de repente, olhando bem no fundo dos meus olhos, e fiquei completamente sem ação diante essa resposta que me pareceu tão sincera, mas logo ele começou a rir e disse que estava brincando.
Eu ri um pouco, mas não acreditei nem um pouco sobre a parte de ele estar brincando, só ri mesmo pra aliviar o clima que de repente ficou pesado.
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17:18 da tarde

Finalmente a professora nos recebeu, e vi o porquê de eu ter ficado na recuperação: eu não tinha as últimas duas notas, mas então resolvemos isso em apenas uns minutos.
As lâmpadas das salas se apagaram, desejei Feliz Natal a professora, e depois que R abriu o portão, ficamos falando em como valeu a pena termos esperado tanto tempo.
Já pensou se eu ficasse de recuperação? E se não recuperasse a minha nota? Ia ser um pesadelo. PESADELO!
Ainda bem que nada disso aconteceu. Que alívio!
Bem, foi isso que aconteceu.
Tchau!

-S.C

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